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Quebra na produção de milho interfere nos custos da suinocultura do RS

ENTREVISTA

Quebra na produção de milho interfere nos custos da suinocultura do RS

Para o presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul, Valdecir Folador, a "situação é preocupante"

PUBLICADO EM 07/02/2023 ÀS 15H39 POR CANAL RURAL - ATUALIZADO EM 07/02/2023 ÀS 15H55

Neste ciclo, o milho deve ter uma quebra significativa na região Sul do país. Esse cenário, aliado ao aumento dos preços do cereal, pode interferir nos custos para a suinocultura gaúcha.

Presidente da Associação dos Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador falou sobre os desafios enfrentados pelo setor em entrevista ao Canal Rural. Ele conversou com a jornalista e apresentadora Flávia Macedo durante a edição desta terça-feira (7) do ‘Mercado & Companhia’.

“Estamos com o custo de produção no mesmo nível em que encerramos 2022” — Valdecir Folador

“A situação é preocupante. Terceiro ano seguido de quebra de safra”, lamentou. “O volume de quebra é acima de 30% no milho e eu acredito que isso deva passar dos 40%. Estamos com o custo de produção no mesmo nível em que encerramos 2022. E isso preocupa o setor”, admitiu Folador.

Nesse sentido, ele afirmou que, ao menos no estado gaúcho, o setor da suinocultura tem iniciado 2023 com a “renda negativa”. De acordo com ele, esse prejuízo se dá por dois fatores: o já mencionado alto custo de produção e as dificuldades para se colocar um novo preço sobre o suíno vivo.

Na visão de Valdecir Folador, o consumo interno de carne suína não tem sido um problema. Mas para a suinocultura gaúcha — e a brasileira como um todo — conseguir ter um ano positivo em termos financeiros, mesmo que uma mínima margem de lucros, ele acredita que o setor precisa voltar a crescer nas exportações.

“Que os volumes das exportações sejam maiores para que a gente consiga ajustar a oferta e a demanda e tenha condições de colocar preço do produto, para ao menos chegar ao custo de produção e começar a deixar alguma margem para fazer frentes às dificuldades que os produtores enfrentaram em 2022”, disse o presidente da Acsurs.